Espaço destinado à apresentação de temas atuais relacionados à alimentação e nutrição.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Manteiga X Margarina
O diferencial entre a manteiga e a margarina não é o número de calorias, que é aproximadamente igual, mas a composição de seus ácidos graxos. A manteiga apresenta aproximadamente 62% de ácidos graxos saturados, em comparação com 20% da margarina. O óleo insaturado de milho, soja ou girassol é parcialmente hidrogenado durante a fabricação da margarina e de algumas outras manteigas vegetais. Assim, a estrutura química do óleo poliinsaturado é reorganizada, originando um lipídio que não é encontrado na natureza e que é mais endurecido (saturado), porém não tão duro quanto a manteiga. Quando ocorre o deslocamento de um dos átomos de hidrogênio da sua posição natural (cis) ao longo da cadeia de carbono para o lado oposto da ligação dupla que separa dois átomos de carbono (posição trans), o ácido graxo reestruturado recebe o nome de ácido graxo insaturado trans. Na margarina, de 17 a 25% dos ácidos graxos são insaturados trans, em comparação com somente 7% na gordura da manteiga. A margarina, como todo produto de origem vegetal, não contém colesterol; já a manteiga, é produzida a partir de uma fonte láctea e contém entre 11 e 15 mg de colesterol por colher de chá.
Uma dieta rica em margarina e outros alimentos que contém óleos vegetais parcialmente hidrogenados aumenta a concentração de colesterol LDL aproximadamente no mesmo nível de uma dieta rica em gordura saturada. Entretanto, diferentemente das gorduras saturadas, elas reduzem também a concentração do colesterol HDL, que é benéfico ao organismo.
Referência: McArdle, W. D. Fisiologia do Exercício.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Nadir Thompson Nutricionista: 10 Coisas que Você Precisa Saber sobre o Colestero...
Nadir Thompson Nutricionista: 10 Coisas que Você Precisa Saber sobre o Colestero...: 10 Coisas que Você Precisa Saber sobre o Colesterol - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Obesidade X Compulsão Alimentar
A obesidade destaca-se como um assunto de grande interesse entre pesquisadores e populações a nível mundial, por ser considerada uma epidemia integrada ao grupo de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT). Sua etiologia é determinada por fatores genéticos e ambientais − este último podendo ser de origem dietética ou comportamental – que juntos resultam em modificações de origem endócrina e metabólica no organismo. Atualmente tem sido vista como um estado inflamatório de baixa intensidade. Isso se deve ao fato do tecido adiposo branco produzir uma séria de citocinas ou adipocitocinas relacionadas, direta e indiretamente, a processos inflamatórios e metabólicos que contribuem para o aparecimento de aterosclerose, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, resistência insulínica e diabetes mellitos tipo 2.
O tratamento da obesidade é um processo complexo e inclui atividade física, modificação de hábitos alimentares, suporte psicológico e, em alguns casos, terapia medicamentosa. Comportamentos de compulsão alimentar parecem ser em parte, responsáveis pelos fracassos observados nesse tratamento, pois comumente os obesos apresentam sofrimento psicológico decorrentes da depreciação de sua imagem corporal e preocupação exagerada com o peso. Essa alteração emocional frequentemente gera nestes indivíduos um mecanismo compensatório, resultando na prática compulsiva de consumo alimentar.
É crescente a incidência do distúrbio de alimentação compulsiva entre obesos, dentre eles, cerca de 30% procuram auxílio médico. O distúrbio está ligado à obesidade grave, oscilação freqüente de peso e co-morbidade psiquiátrica pronunciada. Episódios descontrolados de alimentação compulsiva costumam ocorrer no entardecer ou à noite.
O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) e a Síndrome do Comer Noturno (SCN) são as duas formas de distúrbios alimentares que mais comumente presentes em pessoas com sobrepeso e obesidade. O TCAP é o diagnóstico mais pesquisado entre os transtornos alimentares sem outra especificação (TASOE) ou não-especificados (TANE), com critérios já sugeridos para inclusão entre as categorias principais, caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar na ausência de uso regular de comportamentos compensatórios inadequados comuns na bulimia nervosa (BN). Quadros atípicos de anorexia nervosa (AN) e BN, TCAP, pica, quadros de ruminação e outras alterações do comportamento alimentar sem critérios específicos fazem parte do grupo dos TANE. Em um transtorno alimentar (TA), alterações nas vias noradrenérgicas e serotoninérgicas podem exercer um papel importante no humor, no controle dos impulsos e na regulação da fome e saciedade.
Referências: PIVETTA & GONÇALVES-SILVA, 2010; BRESSAN et al, 2009; ALLISON et al, 2007; GUEDES et al, 2006; CLAUDINO & ZANELLA, 2005).
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Hipertensão Arterial
Um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral, 25% das mortes por doença arterial coronariana e 50% dos casos de insuficiência renal terminal, quando combinados com o diabetes, são causados pela hipertensão arterial. O critério atual de diagnóstico de hipertensão arterial é PA (Pressão Arterial) 140/90 mmHg e a prevalência na população urbana adulta brasileira varia de 22,3% a 43,9%, dependendo da cidade onde o estudo foi conduzido. A principal relevância da identificação e controle da HAS reside na redução das suas complicações, tais como:
• Doença cérebro-vascular
• Doença arterial coronariana
• Insuficiência cardíaca
• Doença renal crônica
• Doença arterial periférica
A pressão arterial para adultos com mais de 18 anos é classificada da seguinte forma:
Normal < 120 x 80 mmHg |
Pré-hipertensão 120-139 x 80-89 mmHg |
Hipertensão |
Estágio 1 140-159 x 90-99 mmHg |
Estágio 2 >160 x 100 mmHg |
– O valor mais alto de sistólica ou diastólica estabele o estágio do quadro hipertensivo.
– Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação do estágio.
O primeiro passo para a escolha da terapêutica é a confirmação diagnóstica da hipertensão. Em seguida, é necessário estratificar o risco, considerando além dos valores pressóricos, a presença de lesões em órgãos-alvo e o risco cardiovascular estimado.
Basicamente, há duas abordagens terapêuticas para a hipertensão arterial: o tratamento baseado em modificações do estilo de vida (MEV: perda de peso, incentivo às atividades físicas, alimentação saudável, etc.) e o tratamento medicamentoso. A adoção de hábitos de vida saudáveis é essencial na prevenção e no controle de indivíduos com HAS.
As principais estratégias para o tratamento não-farmacológico da HAS incluem:
Controle de peso
Deve-se utilizar como meta um índice de massa corporal (IMC) inferior a 25 kg/m2 e circunferência da cintura inferior a 102 cm para homens e 88 cm para mulheres, embora a diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já contribua para a redução da PA. A presença de gordura localizada predominantemente no abdome, está freqüentemente associada com resistência à insulina e elevação da pressão arterial, independentemente do valor do IMC. Assim, a circunferência abdominal acima dos valores de referência é um fator preditivo de doença cardiovascular.
Adoção de hábitos alimentares saudáveis
Uma dieta com conteúdo reduzido de teores de sódio (<2,4 g/dia, equivalente a 6 gramas de cloreto de sódio), baseada em frutas, verduras e legumes, cereais integrais, leguminosas, leite e derivados desnatados, quantidade reduzida de gorduras saturadas, trans e colesterol mostrou ser capaz de reduzir a pressão arterial em indivíduos hipertensos. As principais recomendações dietéticas para o paciente hipertenso são:
• Manter o peso corporal adequado; |
• Reduzir a quantidade de sal no preparo dos alimentos e retirar o saleiro da mesa; |
• Restringir as fontes industrializadas de sal: temperos prontos, sopas, embutidos como salsicha, lingüiça, salame e mortadela, conservas, enlatados, defumados e salgados de pacote, fast food; |
• Limitar ou abolir o uso de bebidas alcoólicas; |
• Dar preferência a temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, ao invés de similares industrializados; |
• Substituir bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas por frutas in natura; |
• Incluir, pelo menos, seis porções de frutas, legumes e verduras no plano alimentar diário, procurando variar os tipos e cores consumidos durante a semana; |
• Optar por alimentos com reduzido teor de gordura e, preferencialmente, do tipo mono ou poliinsaturada, presentes nas fontes de origem vegetal, exceto dendê e coco; |
• Manter ingestão adequada de cálcio pelo uso de vegetais de folhas verde-escuras e produtos lácteos, de preferência, desnatados; |
• Identificar formas saudáveis e prazerosas de preparo dos alimentos: assados, crus, grelhados, etc.; |
• Estabelecer plano alimentar capaz de atender às exigências de uma alimentação saudável, do controle do peso corporal, das preferências pessoais e do poder aquisitivo do indivíduo e sua família. |
Redução do consumo de bebidas alcoólicas
A relação entre o alto consumo de bebida alcoólica e a elevação da pressão arterial tem sido relatada em estudos observacionais e a redução da ingestão de álcool pode reduzir a pressão arterial em homens normotensos e hipertensos que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas. Recomenda-se limitar a ingestão de bebida alcoólica a menos de 30 ml/dia de etanol para homens e a metade dessa quantidade para mulheres, preferencialmente com as refeições. Isso corresponde, para o homem, a ingestão diária de no máximo 720 ml de cerveja (uma garrafa); 240 ml de vinho (uma taça) ou 60 ml de bebida destilada (uma dose). Aos pacientes que não conseguem se enquadrar nesses limites de consumo sugere-se o abandono do consumo de bebidas alcoólicas.
Abandono do tabagismo
O risco associado ao tabagismo é proporcional à quantidade de cigarros fumados e à profundidade da inalação. Parece ser maior em mulheres do que em homens. Os hipertensos que fumam devem ser estimulados a abandonar esse hábito.
Prática de atividade física regular
Além de diminuir a pressão arterial, o exercício pode reduzir consideravelmente o risco de doença arterial coronária, de acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral, promovendo ainda o controle do peso. A recomendação da atividade física tem como base parâmetros de freqüência, duração, intensidade e modo de realização. Portanto, a atividade física deve ser realizada por pelo menos 30 minutos, de intensidade moderada, na maior parte dos dias da semana (5) de forma contínua ou acumulada. Deve-se incorporar a atividade física nas atividades rotineiras como caminhar, subir escadas, realizar atividades domésticas dentro e fora de casa. O efeito da atividade de intensidade moderada realizada de forma acumulada é o mesmo daquela realizada de maneira contínua, isto é, os trinta minutos podem ser realizados em uma única sessão ou em duas sessões de 15 minutos (p.ex. manhã e tarde) ou ainda, em três sessões de dez minutos (p.ex. manhã, tarde e noite).
Saiba mais...
- A prevalência e a gravidade da hipertensão são maiores em negros, o que pode estar relacionado a fatores étnicos e/ou socioeconômicos.
- Estima-se que pelo menos 65% dos idosos brasileiros são hipertensos. A maioria apresenta elevação isolada ou predominante da pressão sistólica, aumentando a pressão de pulso, que mostra forte relação com eventos cardiovasculares. Estudos indicam que o tratamento da hipertensão no idoso reduz a incidência de déficit cognitivo.
- Pode variar de 2% a 13% a prevalência de hipertensão arterial em crianças e adolescentes, sendo obrigatória a medida anual da pressão arterial a partir de três anos de idade. Além da avaliação habitual em consultório, recomenda-se a medida rotineira da PA no ambiente escolar.
- A hipertensão é duas a três vezes mais comum em usuárias de anticoncepcionais orais, especialmente entre as mais idosas e obesas. Em mulheres com mais de 35 anos e fumantes, o anticoncepcional oral está contra-indicado. O aparecimento de hipertensão arterial durante o uso de anticoncepcional oral impõe a interrupção imediata da medicação, o que, em geral, normaliza a pressão arterial em poucos meses.
- Hipertensão arterial e obesidade, em especial a obesidade central, com acúmulo de gordura visceral, freqüentemente associadas à dislipidemia e à intolerância à glicose, compõe a chamada síndrome metabólica, que também é acompanhada de resistência à insulina e hiperinsulinemia.
- A prevalência de hipertensão em diabéticos é pelo menos duas vezes maior do que na população em geral. No diabete tipo 1, a hipertensão está associada à nefropatia diabética e o controle da pressão arterial é indispensável para adiar a perda da função renal. No diabete tipo 2, a hipertensão se associa à síndrome de resistência à insulina e ao alto risco cardiovascular.
- É freqüente a relação entre dislipidemia e hipertensão arterial, que juntos representam mais de 50% do risco atribuível da doença arterial coronariana. A hipertensão arterial pode promover alterações estruturais no ventrículo esquerdo, com ou sem isquemia coronária, contribuindo para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca com função sistólica preservada ou não.
- A HAS é uma das principais causas de DRC no Brasil. Nesses pacientes ela representa o principal fator de risco para doença cardiovascular morbidade e mortalidade.
Fonte: Cadernos de Atenção Básica - Ministério da Saúde
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
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